
A frase que nos conduz
“Tu nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti.”
Essa frase, imortalizada por Santo Agostinho em Confissões, carrega uma sabedoria profunda: o ser humano foi criado para Deus, e apenas Nele encontramos verdadeira paz e satisfação. Para nós, pais que educamos os filhos segundo a metodologia clássica, essa verdade se torna um norteador. Não estamos apenas formando mentes, mas conduzindo almas a descobrirem seu propósito maior.
A inquietação como um chamado
Agostinho descreve o coração humano como inquieto. Quantas vezes vemos isso nos nossos filhos? Um desejo insaciável por novidades, brincadeiras e conhecimento. Essa inquietação não é algo a ser reprimido; é um chamado. Ela indica que eles foram feitos para algo maior do que as distrações passageiras deste mundo.
Nosso papel como pais é ajudá-los a entender que essa sede nunca será plenamente saciada pelas coisas terrenas. A verdadeira paz vem do repouso em Deus. Isso significa que nossa educação deve sempre apontar para o que é eterno, ajudando nossos filhos a discernir entre o que é supérfluo e o que é essencial.
A busca pela verdade e virtude
Na educação clássica, a busca pela verdade é fundamental. Agostinho nos ensina que a verdade não é apenas um conceito abstrato, mas uma pessoa: Deus. Quando guiamos nossos filhos no estudo da literatura, da história e da filosofia, estamos convidando-os a participar de uma grande conversa sobre o que é verdadeiro, bom e belo.
Mas isso não é suficiente sem a virtude. Não basta conhecer a verdade; é preciso viver de acordo com ela. Ensinar virtudes como humildade, paciência, coragem e justiça é mostrar aos nossos filhos como ordenar suas vidas para que estejam em harmonia com a ordem criada por Deus.
Ordenando os amores
Para Agostinho, o pecado é uma desordem dos amores. Quando amamos as coisas criadas acima do Criador, perdemos nosso propósito. Educar com base nessa perspectiva é ensinar nossos filhos a amar na ordem certa: primeiro Deus, depois o próximo, e por último as coisas materiais.
Isso não significa desprezar o mundo ou as coisas boas que ele oferece. Significa colocá-las no lugar correto, como reflexos da bondade de Deus e não como substitutos Dele. Por exemplo, ao ensinar sobre a beleza de uma obra de arte ou de um poema, podemos mostrar que esses são vislumbres da beleza divina, que é infinita.
Praticando o repouso em Deus
Como pais, também precisamos dar o exemplo. Se queremos que nossos filhos busquem repousar em Deus, precisamos mostrar que nós mesmos encontramos Nele nossa paz. Aqui estão algumas maneiras de fazer isso na prática:
- Oração em família: Reserve momentos diários para orar juntos, mostrando que Deus é o centro de suas vidas.
- Leitura de grandes obras: Introduza seus filhos a textos que desafiem suas mentes e alimentem suas almas, como a Bíblia e clássicos da literatura cristã.
- Reflexão sobre escolhas: Incentive-os a pensar: “Isso me aproxima ou me afasta de Deus?”
- Exemplo de virtude: Seja o modelo das virtudes que deseja ver neles. Mostre humildade, paciência e amor no dia a dia.
Conclusão: Guiando os filhos ao repouso eterno
A frase de Santo Agostinho nos desafia a olhar para além do imediato e do material. Educar nossos filhos com base nessa verdade é prepará-los para uma vida plena, onde a busca pela verdade, virtude e a ordenação dos amores os conduza ao repouso em Deus.
Seja no estudo dos clássicos ou nas interações cotidianas, que possamos lembrar que cada momento educacional é uma oportunidade de apontar para a eternidade. Afinal, nossos filhos não foram feitos para este mundo, mas para Deus. E enquanto não repousarem Nele, seus corações permanecerão inquietos.
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